quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Como Combater aos Sinistros



Qualquer estudioso ou curioso diletante, como eu, que se debruça sobre as doutrinas militares que regem os combates, mormente as batalhas campais, sabe que é vital o conhecimento do terreno em que se dará o encontro das forças envolvidas. Grande vantagem terá aquele que o puder escolher, pois poderá posicionar melhor suas unidades e fazer melhor uso dos recursos à sua disposição. 

Escolhe-se o terreno em função do tipo de tropas disponíveis e da quantidade das mesmas, podendo, inclusive, deixar bem posicionada as reservas para de pronto atuarem onde for mais necessário.

Fica implícito nessa abordagem que o conhecimento da capacidade guerreira do adversário será uma vantagem que, aliada à escolha do campo de batalha, prenuncia vitória, embora não a garanta. Melhor ainda se, captadas por nossos serviços de inteligência, conhecermos as suas fraquezas militares, seu efetivo combatente, a quantidade e a qualidade de suas munições e quais as reservas que possuem e, importantíssimo, o estado de sua moral e de sua liderança.

Não é inteligente, portanto, nem saudável fisicamente, que lutemos no campo escolhido pelo inimigo, ainda mais se o fizermos de maneira voluntariosa, desarmados de nossos armamentos costumeiros e compelidos a fazer uso tão somente dos recursos dele. Enormes serão as chances de uma acachapante derrota. Mesmo na eventualidade de uma vitória as baixas serão tão grandes que estará emulando as vitórias de Pirro.

Digo tudo isto porque estamos em uma guerra ideológica contra a sinistra, destruidora da família e devoradora das liberdades individuais. 

Mas a guerra deles é no plano da virtualidade, das convenções. 

Criaram palavras, fenômenos, situações, comportamentos e atitudes que prescindem de realidade objetiva. Chama-se o “politicamente correto”. Criação equivocada, fantasiosa, utópica e paradoxal, por vezes ao ponto do escárnio tanto de seus seguidores quanto de seus adversários. É o terreno que escolheram para estender suas tropas, prontas e preparadas para dar combate aos seus inimigos ideológicos. Fortificaram as fronteiras com trincheiras, arame farpado e minas. Sentem-se confiantes, seguros e inconquistáveis.

A arma mais letal que eles possuem é a “novilíngua”, uma nova coleção de palavras e neologismos. Na realidade, a força desta arma reside menos em seu poder destrutivo do que na extrema sensibilidade daquele que ela atinge. É como um fenômeno “shamânico”, onde grande parte do poder dele se encontra na sugestão que transmite ao paciente. Quanto mais ignorante das coisas do mundo, mais facilmente alguém se torna sensível a esta arma virtual. Os que a possuem, por outro lado, enrijecem na mesmice do fundamentalismo, em suma, fanatizam. Não foi à toa que Hitler, em seu livro Mein Kampf, ao tratar da nova organização do Partido dos Trabalhadores Alemães – o NSDAP -, disse que uma ideologia radical só poderia se expandir através de mentes medíocres.

O terreno e as armas deles são retroalimentados pelo desconhecimento objetivo e pela assustadora falta de cultura dessas últimas gerações. Os paradoxos não são percebidos, em que pese serem gritantes. O moçoilo que está pela manhã numa passeata contra o fumo, é o mesmo que à noite participa de manifestações em favor da liberação da maconha: ambos são fumados e geram fumaça. Aquele que reclama de um fumante, por lhe tirar o “direito” de respirar é o mesmo que usa carro à combustão, lançando no ar chumbo e benzeno que compõem a gasolina com que o abastece e envenenando o ar de todos. O que reclama da corrupção é o mesmo que – sendo hígido e jovem – ocupa a vaga de um idoso ou deficiente no estacionamento. Paro, pois seria infindável tal listagem.
Há coisas mais graves e equivocadas. Mentiras deslavadas, afirmações insidiosas, pois sabem que os engodos não serão descobertos, graças ao despreparo das mentes atuais, principalmente dos jovens, mas não exclusivamente. Trabalho anterior deles, bem-sucedido, por sinal, não há negar. Dizem que o planeta está aquecendo... por culpa do homem. Entretanto, os invernos no hemisfério Norte são mais severos a cada ano. Que a Antártica está degelando, o que é verdade, de um lado; do outro, está acumulando gelo. Nunca escutaram que o planeta Terra é dinâmico, independentemente de quem ou o quê o ocupe. São contra os produtos agrícolas transgênicos, não lhes importando o fato de que sem esses aperfeiçoamentos genéticos mais da metade do mundo morreria de fome. Tampouco sabem os que os escutam que o homem fez tal hibridação no milho ao correr de milhares de anos, por exemplo, que este perdeu a capacidade natural de reprodução e só vinga plantado e amanhado por mãos humanas. 

Há todo um novo jogo de palavras, verbalização de substantivos, adjetivações incoerentes, pois em um mundo ilusório as palavras antigas não permitem a substituição de antigos conceitos e significados. Com novas denominações é fácil inclusive a criação de símbolos que se sobreponham aos antigos. Aí estão os pares de destruir\criar, substituindo heróis; criando novos gêneros sexuais; trocando, no que cabe, o velho “direito das gentes” pelos “direitos humanos”, inexistente e sem a mínima lógica; inversão dos valores sociais; destruição dos elementos essenciais da família, e por aí vai. Quem dominou muito bem e por um bom espaço de tempo este sistema de “novilíngua” foram os nacional-socialistas do III Reich, e os comunistas da falida União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Estes, até 1990, chamavam a DDR, um estado totalitarista comandado ditatorialmente pelos comunistas, sem liberdades individuais, de República DEMOCRÁTICA da Alemanha, até sua absorção pela Alemanha Federal, capitalista. Agora, temos a Latino América Bolivariana (novilingua).
Para finalizar, sendo curto e grosso. Suas fortificações fronteiriças podem ser flanqueadas, como foi a antiga Linha Maginot francesa, na divisa com a Alemanha, quase no início da II Guerra, pois o que guardam, sendo virtual, só existe quando mentalizado, citado, lembrado, evocado, DISCUTIDO, EXPLANADO. Os aspectos oligofrênicos dessas criações em nada fazem falta ao mundo objetivo, ao estamento social, pois são contra a natureza da maior parte das pessoas, ou são invenções bizarras que logo serão esquecidas passada a novidade. Nosso campo de combate deve ser fora destas armadilhas deles. Nosso combate não é no “Novo Mundo Politicamente Correto” deles, mas no mundo cotidiano e normal nosso. Portanto, não citem elementos do mudo inventado por eles.
Abandonem as palavras que eles criaram para alicerçar a utopia que estavam buscando criar. Esqueçam os neologismos: homo isto, homo aquilo e siglas designativas muitas vezes de desvios comportamentais. 

Houve mudanças no linguajar sem nenhuma razão, a não ser dobrar e quebrar a tradição. Nomes sempre foram importantíssimos. Nomear as coisas é apossar-se de sua essência existencial, é tornar-se dono dela. No mundo rural antigo existia um adágio: “Mate o homem, mas não lhe mude o nome!"

Vou voltar a este assunto no próximo artigo para analisarmos a parte tática a ser utilizada. Eles são fracos. O poder deles é nascido de nossa desatenção.