sábado, 17 de abril de 2010

Blogs pela Democracia: diferença de milhões



O BRASIL PODE MAIS!


Projetando a participação dos candidatos pelo número de eleitores das regiões, José Serra(PSDB) está abrindo 15,7 milhões de votos sobre Dilma Rousseff(PT).



VAMOS CRIAR JUNTOS UM PAÍS SEM ÓDIOS!

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(Conforme o blog Coturno Noturno)---------------------

Latinidade sinistra = infantilidade

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- A loja da McDonalds será retirada da Boulevard Bicentenário, que homenageia a revolução bolivariana, em Caracas, quando será inaugurado um busto do líder cubano Fidel, no proximo dia 30. Segundo gerson Perez, dirigente do Partido Socialista Unido de Venezuela (PSUV), liderado por Hugo Chavez: "É uma incoerência ideológica ter negócios identificados com o império dos Estados Unidos   'num lugar histórico revolucionário'. (El Universal, Caracas). Todo o santo dia tem que haver uma 'macaquice' oficial para amedrontar um povo que está, dia a dia, perdendo a coragem de reagir.


-  Uma ex-guerrillera identificada como "Sara Morales", que de desmobilizou faz alguns anos assegurou que o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, "se reuniu em varias oportunidades com integrantes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) em território colombiano. (El Universal, Caracas). O caudilho venezuelano está envolvido até o pescoço nas atividades guerrilheiras colombianas. Ainda vai sobrar para ele. Ninguém consegue equilibrar tão ampla confusão e interferência. Não é á toa que tremeu de raiva com as bases americanas na Colômbia. Agora, o buraco é mais embaixo.


- O apoio do Cardeal Julio Terrazas, à independencia da Corte Nacional Eleitoral provocou diferentes reações entre políticos da oposição e do oficialismo. O vice-presidente, Álvaro García Linera, parafraseou a Bíblia para responder à Igreja Católica, dizendo: "A Deus o que é de Deus e ao mundo político o que é do mundo político”. (El Diário, La Paz). Esses comunistas são muito falsos e hipócritas. Ateus e anti-religiosos valem-se de de frases e parábolas religiosas para ocultarem seus desmandos e suas ambições.


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O BRASIL PODE MAIS!


O Presidente de uma nação tem que ter cultura!
Vamos criar juntos um país sem ódios!

JOSÉ SERRA - PRESIDENTE DO BRASIL

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sexta-feira, 16 de abril de 2010

O caudilho rural tipo 'rosista'

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Conforme o editorial de hoje de "O Globo", Hugo Chávez não tem limites em seu desvario de criar na Venezuela um regime cada vez mais parecido com o cubano. Desde que, certamente, não haja risco de os Estados Unidos imporem um embargo econômico ou deixarem de comprar seu petróleo sulfuroso.

O contraste entre a ideologia do tempo das cavernas de Chávez, o tal "socialismo bolivariano", e o dinamismo da sociedade civil venezuelana é de arrepiar. Em ato digno de figurar num documentário sobre ditaduras latino-americanas, ele escolheu o 13 como "Dia da Milícia Bolivariana, do Povo em Armas e da Revolução de Abril", comemorando oito anos de sua volta ao poder após a tentativa de golpe de 2002. Para coroar a data, tomou juramento de 30 mil milicianos armados para defender "a pátria de Bolívar, a revolução socialista". A meta do regime chavista é armar 1 milhão de pessoas (o país tem 28 milhões), formando o quinto braço das Forças Armadas, ao lado do Exército, da Guarda Nacional, da Marinha e da Aeronáutica. Chávez comanda este show de mobilização popular porque, diz, o país está sob ameaça, e ele mesmo pode sofrer um atentado a qualquer momento. As milícias, discursou o presidente no ato do dia 13, lutarão "até libertar a Venezuela". Retoricamente, ele mesmo perguntou: "De quem?" E respondeu: "Dos ianques, da burguesia." Esta prometeu varrer se "aventurar-se em outro golpe de Estado" (referindo-se a 2002).

O mais espantoso foi o que declarou a seguir, referindo-se às eleições do dia 26 de setembro, que, ao que tudo indica, não serão tão fáceis para seus candidatos. Chávez declarou que "a burguesia" também será "varrida" caso receba mais votos que o seu partido, o Socialista Unido da Venezuela (PSUV). "Não podemos permitir que a burguesia ocupe espaços na Assembleia Nacional. Toda a Assembleia deve ser do povo", sentenciou. Depreende-se, então, que no país do "sim, senhor" pode haver eleições, desde que o caudilho ganhe. Apesar de tudo, para o presidente Lula, na Venezuela "há democracia demais". A imprensa crítica é perseguida implacavelmente - a rede RCTV foi fechada, assim como dezenas de emissoras de rádio. Mas, para o assessor de política externa de Lula, Marco Aurélio Garcia, "há liberdade de expressão". Existe coerência no erro: se é válido apoiar a ditadura castrista em Cuba, por que não o regime de Chávez? Aliás, Cuba sempre foi o ideal do coronel. Dissidentes presos e exilados também existem em Caracas, conforme mostrou reportagem do GLOBO domingo. Em evento recente no Brasil, o presidente da RCTV, Marcel Granier, criticou, com razão, "o silêncio e a cumplicidade das democracias latino-americanas a respeito das restrições à liberdade de expressão em Cuba e na Venezuela". A leniência do Brasil sabe-se o porquê.

Onde Chávez perde disparado é nas modernas tecnologias como internet, Twitter e redes sociais, usados pelos venezuelanos para driblar o cerco à livre circulação da informação. O governo treina estudantes para a "guerrilha de comunicação": combater "a falsa informação espalhada pelas redes de comunicação burguesas e fascistas que ajudaram no golpe de 2002", segundo a ministra da Comunicação, Tania Díaz. Pelo menos, esta é uma guerra perdida para o caudilho.
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A sinistra seria divertida, se não fosse trágica!

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- O partido de oposição Convergencia Nacional denunciou que o Movimiento Al Socialismo (MAS) trata de impedir o juramento dos novos governadores eleitos pela oposição utilizando argumentos de que teriam sido "terroristas".  (El Diário, La Paz). Lá é invenção, mas se houvesse tal lei no Brasil estaríamos livres de um monte de incompetentes e malversadores do dinheiro público.

- A Comissão de Fazenda boliviana ignora os motivos e a urgência do Evo Morales ter ordenado, mediante Decreto Supremo, a compra direta e sem licitação internacional de um avião presidencial. Não encontra explicações nem justificativas. A aeronave pretendida é um Dassault Falcon 900Ex Easy, da firma francesa Dassault Aviation, por um custo de 38,7 milhões de dólares. (El Diário, La Paz). A EMBRAER nem deve ter sido consultada, mesmo possuíndo aviões da mesma classe. E isto que ele é amigo do Lula de se dar intimidades comportamentais não condizentes com chefes de nações. O Lula só serve para dar e doar, não para vender nada. Comunista popularesco gosta de um aviãozinho, não?

- O tenente-coronel que comanda a Venezuela, Hugo Chavez, qualificou de uma 'canalhice' a advertência do governo da Colômbial desaconselhando os colombianos de viajat]rem à Venezuela por falta de segurança. (TalCualDigital, Caracas). Definitivamnente, é o encrenqueiro-mor da sinistra latino-americana.


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quinta-feira, 15 de abril de 2010

Triste primeiro de maio em Cuba - para os trabalhadores

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Em um ciclo que parece não terminar nunca, se anunciam frequentes remédios que dinamizarão nossa economia. Desta vez se chama "terminar com as fábricas infladas", mesmo que, da ótica de quem ficará sem posto de trabalho se resuma na palavra: "desemprego". Grandes reportagens mostram na televisão que o problema da ineficiênciá é causado pelo excesso de pessoal nos escritórios, fábricas e até hospitais. Cada jornada de trabalho deve possuir conteúdo para evitar o ócio, dizem-nos os meios de comunicação, como se fórmula tão primária tivesse sido descoberta na semana que passou.


Alguns economistas adverten que enviar para casa todos os que sobram em suas funções elevaria a cifra de desempregados para mais de 25%. Um em cada quatro trabalhadores poderia ser dispensado no afã de sanear as folhas, pois o país não tem liquidez para seguir pagando braços inativos. Tão alto número de desocupados implicaria no aumento do descontentamento social, centenas de milhares de pessoas lançadas a realizar ocupações ilegais e ao fim do truque de criar subempregos como forma de adulterar as estatísticas de ocupação de mão-de-obra. Indago sobre o que ocorreria nessas dependências oficiais repletas de burocratas, o que acontecerá com a inchada lista dos que trabalham para a Segurança do Estado. Terão eles também uma redução de pessoal? Visto o número crescente dos policías vestidos de civil que perambulam pelas ruas, creio que deveriam começar por eles para eliminar tantos excessos. Por uma razão de imagem, não se chamaria de desempregados aos que fossem dispensados, mas, com alguma sutileza - como as já utilizadas em outros momentos - como excedentes ou interrompidos.
Faltando poucos dias para celebrar-se o primeiro de maio, muitos cubanos estão correndo o risco de perder seu lugar de trabalho. Na realidade, estou segura de que não veremos no desfile da Praça Monumental um só cartaz mostrando a inconformidade ou a crítica ante a redução de pessoal. O própio presidente da CTC [Confederação Nacional do Trabalho] disse que o encontro dos trabalhadores será para reafirmar seu apoio ao projeto e para criticar a chamada campanha midiática contra Cuba. O único grupo sindical legalizado do país demonstra assim sua condição de polia transmissora de orientações, do poder para os trabalhadores, porém não leva demandas na outra direção. Os veremos passar frente à tribuna, a ponto de perder o trabalho, mas carregando um cartaz de repúdio à União Européia ou aos Estados Unidos. Ninguém poderá fazer desse dia um momento de verdadeira reclamação, um encontro para exigir ao grande patrão chamado estado que não os abandone na rua.

(Transcrito do blog Generación Y, editado pela valente cubana, Yoanni Sanchez, residente em Havana)

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quarta-feira, 14 de abril de 2010

Uma volta pela América Sinistra

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- O Secretário de Defesa  dos Estados Unidos, Robert Gates, disse que a Venezuela devería gastar o dinheiro que investiu em armas em benefício de sua população. Tamném afirmou que o governo de Hugo Chavez é. no momento, 'uma ameaça militar'. Gates ainda falou que as relações com o Irã poderia ter um que de "relações públicas" para "distrair a população" das dificuldades que ambos têm no campo internacional, além do fato de que os dois enfrentam graves problemas internos. (El Universal, Caracas). Chavito vai ficar possesso, pois Gates estava indo para a Colômbia a fim de visitar as bases norte-americanas no País.

- O  tenente-coronel Chavez disse hoje em discuro, do alto de um carro de combate, no desfile das 'milícias bolivarianas' que a oposição tenta derrubá-lo, ou por um golpe militar, que reputa impossível porque os militares o amam, ou assassinando-o. Nesse caso, disse, vocês [os milicianos] devem varrer a burguesia e suas empresas da Venezuela, sempre seguindo a Constituição, adicionou. (El Universal, Caracas). Quanta gentileza e cisccunpecção do bonomo lider militar venezuelano. O convidado especial para os desfiles do próximo dia 19, da Revolução Bolivariana, é o 'boa gente', General Raul 'Sangueira' Castro, que atualmente administra a grande fazenda Cuba, especializada em criar gado humano.

- A oposição argentina conseguiu uma vitória frente ao governo da presidenta Cristina Kirchner, na Cãmaea dos Deputados, desautorizando o uso das recervas do Banco Central para o pagamento das dívidas do Estado para com agentes privados. O ato ainda será discutido no senado. (El País, Buenos Aires). A Argentina se debate com grave crise econômica e suas chances de escapar rapidamente a ela são poucas. O poder político argentino se esvai pouco a pouco devido as reiteradas administrações populistas.


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domingo, 11 de abril de 2010

O BRASIL PODE MAIS! Serra na Folha de SP

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A pior coisa é você parecer o que não é; tenho uma cara só


ENTRE as reminiscências de infância do pré-candidato do PSDB à Presidência, José Serra, 68 anos recém-completados, aparecem imagens de caldeiras industriais do bairro paulistano da Mooca, a banca de frutas que o pai, Francesco, tinha no Mercado Municipal, a fila do pão na época da guerra e o futebol na rua com os amigos. "Nasci e cresci num bairro operário", faz questão de pontuar. No entanto, reconhece, não é visto como um político "popular", de trajetória humilde. Ainda assim, prefere não investir numa mudança de tom. "Não fico me programando muito porque a pior coisa é querer ser o que você não é. Tenho que ser como sou. Prefiro ter uma cara só."Às vésperas de iniciar sua segunda campanha presidencial em oito anos, Serra afirma que seu pensamento sobre o Brasil mudou pouco desde que iniciou a carreira política, nos anos 60, no movimento estudantil, mas se diz mais preparado para governar o país.Embora ainda evite entrar em polêmica com a candidata do PT, Dilma Rousseff, e discorrer detalhadamente sobre economia, Serra diz que pregará o "ativismo estatal" na campanha e defende um modelo de desenvolvimento que privilegie o "dinamismo industrial".Também escapa da comparação entre os governos FHC -no qual ocupou as pastas do Planejamento e da Saúde- e Lula. "Quem vai julgar o governo do Fernando Henrique é a história. Quem vai julgar o governo Lula é a história." Serra conversou com a Folha por mais de uma hora na quinta à noite, no Palácio dos Bandeirantes, depois de solenidade em homenagem ao presidente do Chile, Sebastián Piñera.

FOLHA - O sr. disputará a Presidência pela segunda vez. Em que mudou de 2002 para 2010?

JOSÉ SERRA - De lá para cá, eu aprendi mais. Foi uma derrota na campanha presidencial de 2002, mas uma derrota sem sabor amargo, o que foi bom. Mas foi algo que marcou minha vida. Depois de um ano refletindo, em que fiquei fora, houve a Prefeitura de São Paulo, e depois o governo do Estado, aprendi muito mais. Não é que não me sentisse preparado em 2002, é que hoje me sinto mais.

FOLHA - Mudou algo nas suas relações políticas?

SERRA - Minha relação era boa, como é hoje. Na Constituinte, fui o parlamentar que aprovou a maior proporção de emendas. Não era só por ter boas ideias. Mas porque sabia articular, negociar. No Ministério da Saúde, consegui aprovar seis projetos de lei e uma emenda, até com apoio da oposição. Aprendi a conviver e negociar desde o movimento estudantil, não transigindo exageradamente.

FOLHA - Como assim?

SERRA - Tem-se que lidar com diversidade de interesses. Então tem que procurar somar, sem trair o que você é. Na política, você sempre anda num fio de navalha. De um lado, tem a traição, a negação dos princípios, o oportunismo. Do outro lado, você tem a intransigência. Você tem que procurar o equilíbrio que componha seus princípios com a busca de apoio.

FOLHA - Da esquerda à direita, onde o sr. se posicionaria no início da sua trajetória política e hoje?

SERRA - Acho que essa divisão entre direita e esquerda é cada vez menos prática e significativa. Na época de estudante, estava bem à esquerda. Mas, dentro da Ação Popular, eu era do centro. No MDB, PMDB, era da esquerda. Quando o PSDB começou, eu era do centro à direita. Depois, fiquei à esquerda do PSDB, sem ter mudado muito. A visão que tenho hoje não é diferente da que tinha na Constituinte a respeito do Brasil. Tenho as ideias mais ou menos parecidas, mas cada circunstância é diferente no tempo.

FOLHA - O sr. era presidente da UNE em 1964, quando houve o golpe militar, e foi exilado, mas não participou de luta armada. Por quê?

SERRA - Antes de 64, quando eu era líder ativo, não tinha nada de luta armada. Nem de estilingue. Aquilo que se diz, de subversão, dou meu testemunho de quem viveu e conhecia: não existia. Na época, as entidades estudantis tinham muito mais peso específico e força relativa do que hoje. Depois de 64, nunca estive a favor de uma estratégia de luta armada. Achava que só ia terminar radicalizando o regime e a repressão.

FOLHA - Era contra por uma questão tática ou filosófica?

SERRA - Pelas duas coisas. Nunca tive apreço pela violência.

FOLHA - O sr. é da Mooca, seu pai era feirante, mas essa origem não é associada a sua imagem política.

SERRA - Meu pai não era feirante. Ele tinha uma banca no Mercado Municipal. Mas o padrão de vida era semelhante. Não sei. É curioso. Um dia perguntei a duas jornalistas: "Vocês acham que meu pai era o quê?". Responderam: "Seu pai era um juiz, um empresário".

FOLHA - Talvez pelo fato de o sr. não ter um estilo popular.

SERRA - Tenho conteúdo popular. Além do mais, não tenho a menor dificuldade de relacionamento com o povo e com as pessoas. Mas não fico me programando muito porque a pior coisa é querer ser o que você não é. Tenho que ser como sou. Prefiro ter uma cara só. Não fico ensaiando isso. Quem convive comigo sabe que sou bem-humorado, engraçado... Não tenho a menor dificuldade nas ruas, com as crianças. O grande desafio é aparecer tal como sou.

FOLHA - Tem aliados seus que defendem uma mudança de estilo, que o sr. deveria falar com emoção.

SERRA - Mas eu falo com emoção. Quando estou emocionado. Sou realmente tímido. O teatro ajudou a vencer um pouco. Facilitou a comunicação. Na escola, os professores todos achavam que seria político.

FOLHA - Quando passou pela sua cabeça pela primeira vez o desejo de ser presidente da República?

SERRA - Não tenho claro. Amigas de minha mãe dizem que falava isso desde pequenininho. Confesso que tenho dúvidas. Não sei. Às vezes, as pessoas misturam. Mas desde muito tempo. Desde criança, já pensava em me envolver na política.

FOLHA - Por quê?

SERRA - Era uma coisa natural. Algo prazeroso. Para mim, a política é uma atividade prazerosa. Não é pelo brilho, pelo prestígio, pela badalação. É prazerosa quando te permite fazer acontecer as coisas, genuinamente. Foi assim no movimento estudantil. Depois, no governo Montoro, na Constituinte, no Ministério do Planejamento. Na Saúde, principalmente, porque havia uma margem para inovação imensa. Minha decisão de ser ministro da Saúde foi difícil. Não veio a público, mas foi difícil, porque era uma área muito complicada. Quando é que eu decidi? No momento em que me ficou claro o seguinte: vou para lá, posso não consertar tudo, mas a população vai ver que eu estou do lado dela, autenticamente. Mais que as coisas concretas, tinha alguém que estava ao lado dela por um melhor atendimento, uma coisa mais decente.

FOLHA - Consta que ser candidato a prefeito em 1996 e em 2004 também não foram decisões pacíficas...

SERRA - Não é que não era pacífico. Inicialmente, não queria mesmo. Não é por temer dar errado. Às vezes, você não está muito a fim. Olhando a posteriori, 96 foi um erro, mas 2004 foi um acerto. Não só por causa dos resultados, porque 2002 foi um acerto. Não tive hesitação. Num processo eleitoral, você tem derrotas ruins e derrotas boas. Claro que derrota é derrota, mas depende de como acontece. Disputei oito eleições: ganhei cinco e perdi três. Duas das que perdi não foram derrotas amargas: para prefeito em 88 e para presidente.

FOLHA - Por que o sr. hesitou mais quando decidiu deixar a prefeitura em 2006 do que agora?

SERRA - Hesitei mais? Porque era muito pouco tempo de prefeitura. Aqui não. Não há sensação de gestão incompleta: 39 meses é bastante. E todo mundo tem consciência de que está nos trilhos. Lá, eram só 15 meses. Acho que a cidade ganhou com isso. Com tudo que eu tinha assimilado a respeito da cidade, e com a minha equipe que ficou e o entendimento com o Kassab, fizemos muita coisa.

FOLHA - O sr. diz que seu pensamento sobre o Brasil mudou pouco. E o Brasil, em que mudou?

SERRA - O Brasil mudou muito. Da Nova República para cá, se afirmou o processo democrático, o período mais longo de democracia da nossa história, democracia de massas. Não se sonha, não se cogita intervenção militar. A Constituição pode ter lá seus defeitos, mas avançou muita coisa em matéria de liberdades, em matéria cultural. Ou na área social. Porque, ao fim e ao cabo, foi a nova Constituição que criou o SUS, que é talvez a principal conquista do povo brasileiro em matéria social no pós-guerra. Depois teve derrota da superinflação, que parecia impossível, depois de quase 15 anos. Realmente, foi uma conquista e tanto do país. Teve coisas importantes como a responsabilidade fiscal, o fortalecimento financeiro do ensino básico, a diminuição forte da inflação e uma retomada do crescimento.

FOLHA - Já dá para falar em um ciclo virtuoso de crescimento?

SERRA - Ainda não se tem elementos para achar que esse crescimento está garantido para adiante. Temos que dar luta para isso. Por isso que eu disse que o país pode mais. Pode manter esse crescimento e crescer. Fala-se que o Brasil saiu bem da crise. Depende da referência. Saiu bem comparativamente aos países desenvolvidos e até a alguns outros em desenvolvimento. Mas você teve do outro lado a China e a Índia, que tiveram altas taxas de crescimento. Não há razão da natureza para o Brasil não ter um desempenho semelhante, ou pelo menos mais próximo, ao de Índia e China. Precisa ter as políticas adequadas.

FOLHA - Quando o sr. faz esse inventário das conquistas da Nova República para cá, divide os méritos por todos os presidentes do período?

SERRA - São incomparáveis os períodos, porque cada um deles governou em situações diferentes. Quem vai julgar o governo do Fernando Henrique é a história. Quem vai julgar o governo Lula, anos depois que ele não estiver mais em posição de poder, é a história. O tema da eleição deste ano é o futuro, não o passado. É quem vai ser eleito e que capacidade tem para tocar o Brasil para a frente. Isso é óbvio, claro, transparente. O resto é estratégia eleitoral.

FOLHA - O sr. se definiria como desenvolvimentista?

SERRA - Acho que essa distinção entre gente preocupada com o desenvolvimento e gente preocupada com a estabilidade é muito simplista. Eu diria tola. Não faz muito sentido. A estabilidade é uma condição para o crescimento. É uma condição necessária, mas não suficiente.

FOLHA - Esse foi o embate entre o sr. e Pedro Malan no governo FHC?

SERRA - É um período muito recente para ser analisado. Havia diferenças, evidentemente. Mas nunca houve uma época da minha vida pública em que tivesse havido tanto folclore quanto aquela. A campeã de todas. Sempre nos demos bem, nos damos bem até hoje.

FOLHA - O sr. foi contra o Plano Real? Qual foi sua participação?

SERRA - Logo que o Fernando Henrique assumiu o Ministério da Fazenda, fiz um trabalho ajudado pelo Martus [Tavares] e pelo José Roberto [Afonso], meus assessores na época, para enfrentar o descontrole fiscal. Depois, participei no segundo semestre de 1993 de discussões sobre o plano propriamente de estabilização, com base em modelos esquematizados pelo André Lara Resende e pelo Pérsio Arida, com participação do Gustavo Franco. Dei a cobertura que podia. Agora, eu tinha dúvida sobre se ia dar certo no meio da eleição. É aquela coisa de o besouro voar: voa, mas você fica com dúvida, do ponto de vista da aerodinâmica. Muita gente da equipe também tinha dúvida sobre fazer naquele momento, queria adiar.

FOLHA - O sr. vai pregar na campanha o Estado ativo. O que significa?

SERRA - É o ativismo estatal, ativismo governamental, em contraposição ao Estado do passado, que se associou a um forte período de expansão da economia brasileira. De 1930 a 80 nós fomos uma das economias que mais cresceram no mundo. Agora, este é um modelo que se esgotou, e, em contraposição a ele, não se deve pensar no Estado da inércia, da improdutividade. O Estado deve ser forte, não obeso. Forte em seu papel de cumprir as funções básicas e ativar o desenvolvimento, a justiça social e o bem-estar da população. E eu defendo um Estado ativo. Minha trajetória é marcada por grande ativismo estatal-governamental, mas não estatização.

FOLHA - Qual é o modelo de desenvolvimento que o sr. prega hoje?

SERRA - Temos três modelos de desenvolvimento que estão postos. O primeiro é voltar à economia primária exportadora -com um pouco mais de valor agregado, mas ainda assim primária exportadora. O segundo é o da chamada economia de serviços, que prega que a indústria já foi. O primeiro não tem condições de gerar empregos num país com 200 milhões de habitantes como é o Brasil. O segundo é uma bobagem, porque os serviços são importantes, têm valor adicionado, mas se desenvolvem a partir de uma economia industrializada. O terceiro é um modelo industrial competitivo, não fechado, como no passado. É o único modelo capaz de gerar empregos e crescimento sustentado. O problema é que o Brasil está caminhando para o primeiro modelo, e eu acho isso errado. Não é que não tenha de exportar recursos primários, mas o Brasil tem um tamanho, uma dotação de recursos naturais e uma população que lhe permitem se desenvolver em várias direções. É um país agrícola, industrial, pode exportar produtos primários e mais elaborados. Esse é o grande desafio.

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INFÂNCIA E FAMÍLIA

Eu ia me chamar Jorge, que é o nome do meu avô, pai do meu pai. Mas como nasci no dia de São José, isso mudou

Eu não gosto disso [de ser notívago], mas vem desde a adolescência, porque eu ficava lendo. A época em que eu mais li foi dos 10 aos 15 anos, porque meu pai ficou sócio do Clube do Livro: pagava 10 cruzeiros e recebia um livro por mês

Eu lia tudo sobre a Segunda Guerra Mundial. Toda a humilhação pela qual a Itália passou era muito dura para o meu pai. Eu tinha 2, 3 anos, mas me lembro do ambiente

O meu pai, em situações difíceis, costumava se descontrolar. E, evidentemente, eu sofria muito com isso. E talvez por isso, é uma hipótese, eu me desenvolvi no sentido oposto. O meu melhor é nas horas difíceis, eu não perco o controle nunca

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EXÍLIO

De repente eu me vi fora da faculdade, sem poder viver no Brasil, num país estranho, sem dinheiro.

Imagina você ficar com duas crianças pequenas por vários meses dentro de uma embaixada. Acho que nunca um pai cuidou tanto de um bebê quanto eu do Luciano nesse período.

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