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O que se pode esperar de um governo que não pode garantir nem mesmo a farinha para o pão nosso de cada dia? As filas nas padarias cubanas se assemelham às imagens da Segunda Guerra Mundial. E, para aumentar a falta de respeito, uma funcionária do governo disse, em plena televisão: "sim, há farinha, o problema é que se está consumindo mais pão do que o costumeiro". Infere-se, para continuar a zombaria da funcionária, que a onda de frio abriu o voraz apetite dos cubanos no momento. Algo para sugerir aos cientistas para ser agregado nas próximas investigações tropicais.
O difícil e triste é ver o cubano suportar, por puro medo, horas e horas de espera e incerteza, para conseguir alguns gramas de pão. Alguns, desconfiados, às vezes em desespero, dizem alguma palavra que, depois de pronunciada, se arrependem. Sabem que em uma cela se está pior. Sabem que ao seu lado pode estar um colaborador (dedo-duro), que o aponta para as autoridades e dessa maneira assegura seu pão. Neste país tem que "saber" muito para sobreviver.
Quando se abre a fornada, começa a mobilização, os empurrões desorganizados, os gritos por alguma fuga clandestina de pão. Alguém se move pelos fundos com as mãos cheias. É algum parente do padeiro ou um potentado que com muita sorte comprou com sobrepreço. Mas, para desviar a vista sobre o homem que escapa pelo fundo, abrem a janelinha e um alarido de guerra avisa que começará a venda. Todos gritam, ofendem se alguém pretende acercar-se a um conhecido ou pretende furar a fila em busca de um possível espaço com o objetivo de chegar mais para a frente; mas os violadores não escutam, não lhes importa os inultos, a fome é maior do que a vergonha, e mantêm os seus comportamentos.
Em minutos se acaba a oferta. Sem dizer nada fecham-se as janelas. Voltam os corpos às suas posições inertes, juntando os corpos para defender-se do frio. Novamente algumas palavras escapam e se autocensuram. Outra vez o olhar de medo.
E se continua a longa espera deste povo de filhos que ninguém quer.
(Traduzido livremente do blog Los Hijos que nadie quiso, editado pelo cubano Ángel Santiesteban )
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Não é uma maravilha o comunismo dos irmãos Castro, diletos amigos, conselheiros e mestres de Lula?
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