"Destacou-se à frente de todos da outra banda, daquela em que me achava, um homem só, montado num grande cvalo branco; cujo pelo brilhava à luz do dia como se fosse um animal de prata. Começou a descer o declive com a maior calma e majestade, embora logo se tornasse alvo de nutrida fuzilaria e até de um tiro de peça.
- Quem é aquele cavaleiro? perguntei a um soldado de cavalaria que por junto de mim passava.
- É o General Osório, respondeu-me.
E a estas simples palavras, de mim se apoderou tal frêmito de entusiasmo que quisera estar a seu lado, ante os olhos de todo o Exército Brasileiro.
São atos destes que arrebatam os homenns até os mais frios e cépticos e os levam a morte, afrontando extraordinários, quase inacreditáveis perigos.
Acredito bem que todos sem exceção experimentaram aquele choque elétrico, que nos faz fuzilar pela espinha dorsal o frio das grandes emoções.
Correu com efeito logo, a emparelhar como o herói, o general João Manoel Menna Barreto, mas minutos depois, vi tombar aquele belo e bravo gurrreiro atravessado como lhe foi a bexiga por duas balas de fuzil.
Nesse tempo avançara as colunas de assalto..."
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Narração de feito no combate de Peribebuí, na guerra contra o ditador Solano Lopez, no Paraguai, em 21 de agosto de 1869, nas Memórias do Visconde de Taunay.
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