O PARADOXO DA REPÚBLICA BRASILEIRA
Dentre os paradoxos que pululam no Brasil existe um de
análise interessante e que demonstra a capacidade destrutiva da desqualificação
e do “assassinato de reputações” presente no cotidiano do mundo político
nacional. A “proclamação da Republica”, em 1889.
A começar pelo início da mesma, pois não foi uma proclamação,
no sentido de uma apresentação da maioria da sociedade. Na realidade, nem mesmo
da minoria. Foi um “pronunciamento” militar, aos moldes de nossos “hermanos”
latino-americanos, não tão “imãos”na época. Fez-se a República no grito, na
picardia, uma “boutade” maior do que a necessidade, uma solução raivosa e
extemporânea para resolver uma crise ministerial corriqueira.
Houve até mesmo certo constrangimento – talvez uma vergonha
pela fragilidade das razões de um golpe de Estado – em anunciar ao velho
imperador que ele estava deposto e que devia deixar o país imediatamente para
estabelecer o fato consumado. Sabiam da fraqueza de suas posições. O povo,
passada a surpresa, poderia bem entornar o caldo, pois o “velho” era
muito querido por ele.
Depois, pelos resultados do movimento. Bastaram alguns dias
para que a tempestade desabasse por sobre o Governo militar republicano e ele
se visse na obrigação de decretar ‘estado de sítio’, cortando liberdades e
direitos. Logo, Deodoro, o marechal monarquista que, adoentado, havia gritado
pela república se demitiu, cansado e desiludido. Sobe Floriano, outro marechal
tão “linha dura” que ficou cognominado de ‘Marechal de ferro’. Fora-se a "harmonia" da República!
Menos de cinco anos do experimento e estoura a mais cruenta
e sanguinária guerra civil brasileira – 1893-1895 -, uma carnificina entre
concidadãos, tornada pérfida e pavorosa com a execução maciça de adversários
políticos – mesmo não combatentes -, nos moldes dos regimes ditatoriais que por
muitos anos dominaram a América Latina, e ainda a dominam em significativa
parte. Fora-se a Paz do Império!
Em cinco anos o Brasil deixou de ser grande e diferenciado –
maravilhosamente diferenciado – do restante da América do Sul. Perdemos a
estabilidade política, o consenso nacional, a égide unificadora e começamos a
ser mais uma das republiquetas de bananas oriundas da dispersão do antigo
Império Espanhol. E, além de entrarmos atrasados numa luta de segunda classe, perdíamos
de uma só vez, clamorosa vez, o controle e a consciência de nosso destino. Sobrou-nos a visão de um ‘Brasil
grande”, de um “País do futuro”, mal entendida e pouco crível, pois a força
construtiva, o orgulho coletivo do trabalho irmanado, a honra das gerações sobrepostas,
a existência dos “Pais da Pátria” perderam-se com a subtaneidade do desenlace,
com a violência da separação entre formas de governo. Algo de perverso tomou os
ares da terra brasileira, algo beirando a injustiça para com uma pessoa-símbolo,
um que de mal agradecidos para com os que haviam feito nossa terra livre e
independente. Fora-se a certeza do 'Destino Manifesto'!
Ao sumir o sentido e a busca do “Destino Manifesto” do Império
do Brasil - ser a mais desenvolvida sócio-politicamente das nações latino-americanas,
potência econômica mundial e líder inconteste da América Meridional -, perdemos
definitivamente o rumo a seguir, embaralharam-se os azimutes e fraquejou o
ímpeto da vontade guiada pelo entusiasmo e pela certeza de seu brilhante
futuro. É inegável que as gerações pré-republicanas lutavam pelas gerações que
lhes sucederiam. Diferentemente das republicanas atuais!
Inobstante tais fatos, o trabalho realizado para destruir a
imagem e os ganhos do Brasil Império foi enormemente bem sucedido. Escamoteou-se
a figura dos dois imperadores, cada um deles dotado de personalidade diferente,
mas irmanadas ao amor supremo pela pátria. Cada um deles anelava morrer com a
cabeça depositada em um travesseiro repleto de terra brasileira. Quem de nossos
“governantes republicanos” amou assim esta terra? Talvez um Juscelino se
assemelhe. O resto a usa em proveito próprio ou de sua família, ou de seu grupo
partidário. Não acontecia assim, no Império, pois o Monarca não tem partido, ele
representa o Povo a Nação, e ambos estão acima dos governos. Por isto eram
chamados Soberanos, Quando a política entorta, está desequilibrada, o Poder
Soberano muda o comando, em defesa do bem-estar da população. Quem pode fazer
isto atualmente? Quem defende o povo quando este é roubado? Ele deve esperar
que os governistas aparelhem o Estado e se eternizem ditatorialmente? Devem
esperar que passem x anos para votarem novamente? E se houver fraudes, partindo
do princípio de que o ladrão só rouba pouco quando é pouco o que existe para
roubar, mas está sempre disposto a roubar tudo o que pode, incluindo a boa fé e
a confiança que os outros depositam nele?
Falta algo nessa política brasileira. Falta alguém que
realmente represente o povo, alguém que o defenda contra os que não amam o
Brasil– e que tenha tal poder.
Acho que o Exército Brasileiro deveria retomar o
poder com as tropas na rua, como fez em 15 de novembro de 1889 e entrega-lo ao
comando de um Soberano da Família Imperial Brasileira, para que seja refundado
o Império do Brasil, e que este siga seu destino Manifesto e retome o seu
merecido lugar entre as nações desenvolvidas do mundo
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