segunda-feira, 10 de novembro de 2014



O PARADOXO DA REPÚBLICA BRASILEIRA


Dentre os paradoxos que pululam no Brasil existe um de análise interessante e que demonstra a capacidade destrutiva da desqualificação e do “assassinato de reputações” presente no cotidiano do mundo político nacional. A “proclamação da Republica”, em 1889.

A começar pelo início da mesma, pois não foi uma proclamação, no sentido de uma apresentação da maioria da sociedade. Na realidade, nem mesmo da minoria. Foi um “pronunciamento” militar, aos moldes de nossos “hermanos” latino-americanos, não tão “imãos”na época. Fez-se a República no grito, na picardia, uma “boutade” maior do que a necessidade, uma solução raivosa e extemporânea para resolver uma crise ministerial corriqueira.

Houve até mesmo certo constrangimento – talvez uma vergonha pela fragilidade das razões de um golpe de Estado – em anunciar ao velho imperador que ele estava deposto e que devia deixar o país imediatamente para estabelecer o fato consumado. Sabiam da fraqueza de suas posições. O povo, passada a surpresa, poderia bem entornar o caldo, pois o “velho” era muito querido por ele.

Depois, pelos resultados do movimento. Bastaram alguns dias para que a tempestade desabasse por sobre o Governo militar republicano e ele se visse na obrigação de decretar ‘estado de sítio’, cortando liberdades e direitos. Logo, Deodoro, o marechal monarquista que, adoentado, havia gritado pela república se demitiu, cansado e desiludido. Sobe Floriano, outro marechal tão “linha dura” que ficou cognominado de ‘Marechal de ferro’. Fora-se a "harmonia" da República!
 
Menos de cinco anos do experimento e estoura a mais cruenta e sanguinária guerra civil brasileira – 1893-1895 -, uma carnificina entre concidadãos, tornada pérfida e pavorosa com a execução maciça de adversários políticos – mesmo não combatentes -, nos moldes dos regimes ditatoriais que por muitos anos dominaram a América Latina, e ainda a dominam em significativa parte. Fora-se a Paz do Império!

Em cinco anos o Brasil deixou de ser grande e diferenciado – maravilhosamente diferenciado – do restante da América do Sul. Perdemos a estabilidade política, o consenso nacional, a égide unificadora e começamos a ser mais uma das republiquetas de bananas oriundas da dispersão do antigo Império Espanhol. E, além de entrarmos atrasados numa luta de segunda classe, perdíamos de uma só vez, clamorosa vez, o controle e a consciência de nosso destino. Sobrou-nos a visão de um  ‘Brasil grande”, de um “País do futuro”, mal entendida e pouco crível, pois a força construtiva, o orgulho coletivo do trabalho irmanado, a honra das gerações sobrepostas, a existência dos “Pais da Pátria” perderam-se com a subtaneidade do desenlace, com a violência da separação entre formas de governo. Algo de perverso tomou os ares da terra brasileira, algo beirando a injustiça para com uma pessoa-símbolo, um que de mal agradecidos para com os que haviam feito nossa terra livre e independente. Fora-se a certeza do 'Destino Manifesto'!

Ao sumir o sentido e a busca do “Destino Manifesto” do Império do Brasil - ser a mais desenvolvida sócio-politicamente das nações latino-americanas, potência econômica mundial e líder inconteste da América Meridional -, perdemos definitivamente o rumo a seguir, embaralharam-se os azimutes e fraquejou o ímpeto da vontade guiada pelo entusiasmo e pela certeza de seu brilhante futuro. É inegável que as gerações pré-republicanas lutavam pelas gerações que lhes sucederiam. Diferentemente das republicanas atuais!

Inobstante tais fatos, o trabalho realizado para destruir a imagem e os ganhos do Brasil Império foi enormemente bem sucedido. Escamoteou-se a figura dos dois imperadores, cada um deles dotado de personalidade diferente, mas irmanadas ao amor supremo pela pátria. Cada um deles anelava morrer com a cabeça depositada em um travesseiro repleto de terra brasileira. Quem de nossos “governantes republicanos” amou assim esta terra? Talvez um Juscelino se assemelhe. O resto a usa em proveito próprio ou de sua família, ou de seu grupo partidário. Não acontecia assim, no Império, pois o Monarca não tem partido, ele representa o Povo a Nação, e ambos estão acima dos governos. Por isto eram chamados Soberanos, Quando a política entorta, está desequilibrada, o Poder Soberano muda o comando, em defesa do bem-estar da população. Quem pode fazer isto atualmente? Quem defende o povo quando este é roubado? Ele deve esperar que os governistas aparelhem o Estado e se eternizem ditatorialmente? Devem esperar que passem x anos para votarem novamente? E se houver fraudes, partindo do princípio de que o ladrão só rouba pouco quando é pouco o que existe para roubar, mas está sempre disposto a roubar tudo o que pode, incluindo a boa fé e a confiança que os outros depositam nele?

Falta algo nessa política brasileira. Falta alguém que realmente represente o povo, alguém que o defenda contra os que não amam o Brasil– e que tenha tal poder.
Acho que o Exército Brasileiro deveria retomar o poder com as tropas na rua, como fez em 15 de novembro de 1889 e entrega-lo ao comando de um Soberano da Família Imperial Brasileira, para que seja refundado o Império do Brasil, e que este siga seu destino Manifesto e retome o seu merecido lugar entre as nações desenvolvidas do mundo

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